Período em que o Brasil foi Colônia do Império Ultramarino Português.
Descobrimento: 22 de Abril de 1500
Capital
Salvador – 1549 a 1763
Rio de Janeiro – 1763 a 1815
Moeda
Réis
Capitanias hederitárias
As capitanias foram uma forma de administração territorial do império português pela qual a Coroa, com recursos limitados, delegou a tarefa de colonização e exploração de determinadas áreas. O sistema de capitanias, bem sucedido nas ilhas da Madeira e de Cabo Verde, foi inicialmente implantado no Brasil com a doação, a Fernão de Noronha, da Ilha de São João (atual ilha de Fernando de Noronha), por Carta Régia de Dom Manuel I (r. 1495–1521) datada de 16 de fevereiro de 1504.
O insucesso das expedições guarda-costas de Cristóvão Jacques, assim como o aumento do tráfico de pau-brasil e outros gêneros por corsários estrangeiros, principalmente franceses no litoral do Brasil, em um momento de crise do comércio português no Oriente, foram os fatores determinantes para a iniciativa de colonização promovida pela Coroa.
Em 1534 foram criadas 14 capitanias hereditárias, divididas em 15 lotes.[1] Os beneficiários, doze, eram elementos da pequena nobreza de Portugal. O sistema de donatários, combinando elementos feudais e capitalistas, havia sido utilizado com êxito no desenvolvimento das ilhas da Madeira e dos Açores, e foi aplicado com menor êxito no arquipélago de Cabo Verde e, durante curto espaço de tempo (1575), em Angola.
Capitania | Limites aproximados | Donatário | |
1 | Capitania do Maranhão (primeira secção) | Extremo leste da Ilha de Marajó (PA) à foz do rio Gurupi (PA/MA) | Aires da Cunha e João de Barros |
(segunda secção) | Foz do rio Gurupi (PA/MA) a Parnaíba (PI) | Fernando Álvares de Andrade | |
2 | Capitania do Ceará | Parnaíba (PI) a Fortaleza (CE) | Antônio Cardoso de Barros |
3 | Capitania do Rio Grande | Fortaleza (CE) à Baía da Traição (PB) | João de Barros e Aires da Cunha |
4 | Capitania de Itamaracá | Baía da Traição (PB) a Igarassu (PE) | Pero Lopes de Sousa |
5 | Capitania de Pernambuco ou Nova Lusitânia | Igarassu (PE) à foz do Rio São Francisco (AL/SE) | Duarte Coelho Pereira |
6 | Capitania da Baía de Todos os Santos | Foz do Rio São Francisco (AL/SE) a Itaparica (BA) | Francisco Pereira Coutinho |
7 | Capitania de Ilhéus | Itaparica (BA) a Comandatuba (BA) | Jorge de Figueiredo Correia |
8 | Capitania de Porto Seguro | Comandatuba (BA) a Mucuri (BA) | Pero do Campo Tourinho |
9 | Capitania do Espírito Santo | Mucuri (BA) a Itapemirim (ES) | Vasco Fernandes Coutinho |
10 | Capitania de São Tomé | Itapemirim (ES) a Macaé (RJ) | Pero de Góis da Silveira |
11 | Capitania de São Vicente | Macaé (RJ) a Caraguatatuba (SP) — 1º lote | |
12 | Bertioga (SP) a Cananeia/Ilha do Mel (PR) — 2º lote | Martim Afonso de Sousa | |
13 | Capitania de Santo Amaro | Caraguatatuba (SP) a Bertioga (SP) | Pero Lopes de Sousa |
14 | Capitania de Santana | Ilha do Mel/Cananeia (PR) a Laguna (SC) | Pero Lopes de Sousa |
Capitanias
Tomé de Sousa – Primeiro Governador Geral do Brasil, 1549 a 1553
Foi um militar e político português, primeiro governador-geral do Brasil, quando este atendia por Estado do Brasil, chegado em 1549. Tomé de Sousa faleceu aos 76 anos.
Com exceção de Pernambuco e São Vicente, fracassa a colonização tentada por Portugal pelo método das capitanias hereditárias, usado nas ilhas atlânticas da Madeira e de Cabo Verde. A vinda de Tomé de Sousa como governador-geral foi uma das decisões mais acertadas da metrópole, quando se considera retroativamente o sucesso do povoamento e colonização do Brasil.
A Carta Régia que o nomeou escolhia por sede a capitania da Baía de Todos os Santos, a mais central geograficamente, já tendo sido comprada pela Coroa ao herdeiro do donatário Francisco Pereira Coutinho.
Antecedido por uma leva de colonos, aportou na Bahia em 29 de março de 1549. Vinha com colonos e seis jesuítas, chefiados pelo padre Manuel da Nóbrega, os primeiros mandados ao Brasil, sobre cujo destino tanto mais tarde deviam pesar.
Duarte da Costa – Segundo Governador Geral do Brasil, 1549 a 1553
Duarte da Costa (início do século XVI — 1560) foi um nobre e administrador colonial português. Membro do Conselho Real, foi embaixador na corte de Carlos I de Espanha. Foi nomeado como segundo governador-geral do Brasil (1553-1558).
Desembarcou na Bahia em 1553, trazendo uma comitiva de 250 pessoas, entre elas o noviço José de Anchieta, que seria responsável, mais tarde, juntamente com o padre Manuel da Nóbrega, pela fundação do Colégio jesuíta na vila de São Paulo.
Mem de Sá – Terceiro Governador Geral do Brasil, 1558 a 1572
Exerceu o cargo de juiz desembargador dos Agravos da Casa da Suplicação. Foi nomeado como terceiro governador-geral do Brasil, de 1558 a 1572, sucedendo a D. Duarte da Costa (1553-1558).
Chegou a Salvador, na Bahia, em 28 de dezembro de 1557. Tomou posse do Governo a 3 de janeiro de 1558.[1] Procurou pacificar a colônia, liderando a guerra contra o gentio revoltado. Nessa luta, perdeu o filho, Fernão de Sá, em combate na Batalha do Cricaré, na então Capitania do Espírito Santo.
Território dividido em dois governos-gerais, um ao Norte na Bahia e outro ao Sul no Rio de Janeiro (1572-1578)
Nome | Cargo | Início do mandato | Fim do Mandato |
Tomé de Sousa | Primeito Governador Geral | 7 de julho de 1549 | 1 de maio de 1553 |
Duarte da Costa | Segundo Governador Geral | 1 de maio de 1553 | 3 de janeiro de 1558 |
Mem de Sá | Terceiro Governador Geral | 3 de janeiro de 1558 | 2 de março de 1572 |
Território dividido em dois governos-gerais, um ao Norte na Bahia e outro ao Sul no Rio de Janeiro (1572-1578) | |||
Luís de Brito e Almeida | Governador na Bahia | 10 de dezembro de 1572 | 12 de abril de 1578 |
Antônio Salema | Governador no Rio de Janeiro | 1574 | 1577 |
Reunificação do governo-geral na Bahia (1578) | |||
Lourenço da Veiga | Governador-geral | 12 de abril de 1578 | 17 de junho de 1581 |
Cosme Rangel de Macedo | |||
António Barreiros | Junta governativa | 17 de junho de 1581 | 11 de maio de 1582 |
Manuel Teles Barreto | Governador-geral | 11 de maio de 1582 | 9 de maio de 1587 |
Antônio Barreiros | |||
Cristóvão de Barros | |||
António Coelho de Aguiar | Junta governativa | 9 de maio de 1587 | 1592 |
Francisco de Sousa | |||
Marquês das Minas | Governador-geral | 1592 | 1 de abril de 1602 |
Diogo Botelho | Governador-geral | 1 de abril de 1602 | 1607 |
Território dividido em dois governos-gerais, um ao Norte na Bahia e outro ao Sul no Rio de Janeiro (1608-1612) | |||
Diogo de Meneses e Sequeira | Governador-geral na Bahia | 1608 | 22 de agosto de 1612 |
Francisco de Sousa | |||
marquês das Minas | Governador-geral no Rio de Janeiro | 1609 | 1611 |
Reunificação do governo-geral na Bahia (1612) | |||
Gaspar de Sousa | Governador-geral | 1613 | 1 de janeiro de 1617 |
Luís de Sousa, | |||
Conde do Prado | Governador-geral | 1 de janeiro de 1617 | 12 de outubro de 1621 |
Diogo de Mendonça Furtado | Governador-geral | 12 de outubro de 1621 | 26 de julho de 1624 |
Marcos Tejeira | |||
Antón de Mesquita Oliveira | Junta governativa | 1624 | 1625 |
Francisco de Moura Rolim | Governador-geral | 1625 | 1626 |
Autonomização da Capitania do Maranhão, elevada à dignidade de Estado do Maranhão (1621) | |||
Diogo Luís de Oliveira | Governador-geral | 28 de dezembro de 1626 | 11 de dezembro de 1635 |
Pedro da Silva, | |||
Conde de São Lourenço | Governador-geral | 11 de dezembro de 1635 | 23 de janeiro de 1639 |
Fernando de Mascarenhas, | |||
conde da Torre | Governador-geral | 23 de janeiro de 1639 | 1640 |
Vasco de Mascarenhas, | |||
conde de Óbidos | Governador-geral | 1640 | 26 de maio de 1640 |
Jorge de Mascarenhas, | |||
marquês de Montalvão | Vice-rei | 26 de maio de 1640 | 16 de abril de 1641 |
Pedro da Silva Sampaio | |||
Luís Barbalho Bezerra | |||
Lourenço de Brito Correia | Junta governativa provisória | 16 de abril de 1641 | 14 de julho de 1642 |
Antônio Teles da Silva | Governador-geral | 1642 | 26 de dezembro de 1647 |
António Teles de Meneses, | |||
conde de Vila Pouca de Aguiar | Governador-geral | 26 de dezembro de 1647 | 10 de março de 1650 |
João Rodrigues de Vasconcelos e Sousa, | |||
conde de Castelo Melhor | Governador-geral | 10 de março de 1650 | 14 de dezembro de 1654 |
Jerónimo de Ataíde, 6.º Conde de Atouguia | Governador-geral | 14 de dezembro de 1654 | 20 de junho de 1657 |
Francisco Barreto de Meneses | Governador-geral | 20 de junho de 1657 | 21 de julho de 1663 |
Vasco de Mascarenhas, | |||
conde de Óbidos | Vice-rei | 21 de julho de 1663 | 13 de junho de 1667 |
Alexandre de Sousa Freire | Governador-geral | 13 de julho de 1667 | 8 de maio de 1671 |
Afonso Furtado de | |||
Castro de Mendonça | |||
visconde de Barbacena | Governador-geral | 8 de maio de 1671 | 26 de novembro de 1675 |
Agostinho de Azevedo Monteiro | |||
lvaro de Azevedo | |||
Antônio Guedes de Brito | Junta governativa provisória | 26 de novembro de 1675 | 5 de março de 1678 |
Roque da Costa Barreto | Governador-geral | 5 de março de 1678 | 23 de maio de 1682 |
Antônio de Sousa Meneses | Governador-geral | 23 de maio de 1682 | 4 de junho de 1684 |
António Luís de Sousa Telo de Meneses, | |||
marquês das Minas | Governador-geral | 4 de junho de 1684 | 4 de junho de 1687 |
Matias da Cunha | Governador-geral | 4 de junho de 1687 | 24 de outubro de 1688 |
Manuel da Ressurreição | |||
(presidente) | Junta governativa | 24 de outubro de 1688 | 8 de outubro de 1690 |
Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho | Governador-geral | 8 de outubro de 1690 | 22 de maio de 1694 |
João de Lencastre | Governador-geral | 22 de maio de 1694 | 3 de julho de 1702 |
Rodrigo da Costa | Governador-geral | 3 de julho de 1702 | 8 de setembro de 1705 |
Luís César de Meneses | Governador-geral | 8 de setembro de 1705 | 3 de maio de 1710 |
Lourenço de Almada | Governador-geral | 3 de maio de 1710 | 14 de outubro de 1711 |
Pedro de Vasconcelos e Sousa | Governador-geral | 14 de outubro de 1711 | 14 de outubro de 1714 |
Pedro António de Meneses Noronha de Albuquerque, | |||
marquês de Angeja | Vice-rei | 14 de outubro de 1714 | 11 de junho de 1718 |
Sancho de Faro e Sousa, | |||
conde de Vimieiro | Governador-geral | 21 de agosto de 1718 | 13 de outubro de 1719 |
Sebastião Monteiro da Vide | |||
Caetano de Brito e Figueiredo | |||
João de Araújo e Azevedo | Junta governativa provisória | 14 de outubro de 1719 | 23 de novembro de 1720 |
Vasco Fernandes César de Meneses, | |||
conde de Sabugosa | Vice-rei | 23 de novembro de 1720 | 11 de maio de 1735 |
André de Melo e Castro, | |||
Conde das Galveias | Vice-rei | 11 de maio de 1735 | 17 de dezembro de 1749 |
Luís Pedro Peregrino de Carvalho e Ataíde, | |||
conde de Atouguia | Vice-rei | 17 de dezembro de 1749 | 17 de agosto de 1754 |
José Botelho de Matos | |||
Manuel António da Cunha Souto Maior | |||
Lourenço Monteiro | Junta de governo provisória | 17 de agosto de 1754 | 23 de dezembro de 1755 |
Marcos José de Noronha e Brito, | |||
conde dos Arcos | Vice-rei | 23 de dezembro de 1755 | 9 de janeiro de 1760 |
António de Almeida Soares Portugal, | |||
marquês do Lavradio | Vice-rei | 9 de janeiro de 1760 | 4 de julho de 1760 |
Tomás Rubi de Barros Barreto | |||
José Carvalho de Andrade | |||
Barros e Alvim | Junta governativa provisória | 4 de julho de 1760 | 27 de junho de 1763 |
Transferência da capital da Bahia para o Rio de Janeiro (1763) | |||
Antônio Álvares da Cunha, | |||
conde da Cunha | Vice-Rei e Capitão-General de Mar e Terra do Estado do Brasil[29] | 27 de junho de 1763 | 31 de agosto de 1767 |
Antônio Rolim de Moura Tavares, | |||
conde de Azambuja | Vice-rei | 17 de novembro de 1767 | 4 de novembro de 1769 |
Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão d’Eça e Melo Silva Mascarenhas, | |||
marquês do Lavradio e conde de Avintes | Vice-rei | 4 de novembro de 1769 | 30 de abril de 1778 |
Extinção do Estado do Grão-Pará e Rio Negro e do Estado do Maranhão e Piauí, e sua incorporação ao Estado do Brasil (1775) | |||
Luís de Vasconcelos e Sousa, 4.º Conde de Figueiró | Vice-rei | 30 de abril de 1778 | 9 de maio de 1790 |
José Luís de Castro, | |||
conde de Resende | Vice-rei | 4 de junho de 1790 | 14 de outubro de 1801 |
Fernando José de Portugal e Castro, | |||
marquês de Aguiar | Vice-rei | 14 de outubro de 1801 | 14 de outubro de 1806 |
Marcos de Noronha e Brito, | |||
conde dos Arcos | Vice-rei | 14 de outubro de 1806 | 22 de janeiro de 1808 |