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Homenagem ao I.A. Dr. Rogério Ribeiro da Luz

Prestamos nossa homenagem ao I.A. Dr. Rogério Ribeiro da Luz com o discurso feito pelo Dr. Joca Vicente de Azevedo em almoço do Clube dos 21 Irmãos Amigos.


 

Dr. Joca Vicente de Azevedo

Exmo. Sr. Presidente, estimados membros do Clube dos 21 Irmãos Amigos, minhas senhoras, meus senhores, convidados,

Agradeço a incumbência de ler um resumo da vida, do meu prezado amigo Rogério Ribeiro da Luz.

Nos conhecemos no ano de 1968 em uma festa onde nos se apresentamos mutualmente; e durante esses 50 anos convivemos em uma intensa amizade, com algumas interrupções devido às discussões que tivemos.

Como nem todos aqui o conheciam, gostaria de enfatizar que Rogério era uma pessoa muito especial. Tinha uma personalidade marcante, opinião formada sobre praticamente qualquer assunto, manias excêntricas, certeza do que queria e com tudo isso, passamos momentos muito agradáveis e as vezes era difícil a convivência.

Nunca fumou, e não apreciava bebidas alcoólicas.

Rogério Ribeiro da Luz, engenheiro civil de formação, e urbanista por vocação, dedicou-se a escrever livros sobre várias cidades do Vale do Paraíba. As quais conhecia a história de todas elas, uma por uma. Este lado de historiador, tinha sido influenciado pelo seu avô, o grande tribuno da revolução constitucionalista de 1932, Dr. Ibrahim Nobre, do qual ele tinha muito orgulho de ser seu neto.

Desde sempre, gostava de viajar, tendo conhecido mais de 100 países. Uma unanimidade nessa área. Tinha uma curiosidade muito grande em conhecer como viviam os povos dos mais diversos lugares do mundo.

Ele conhecia todos os países mais tradicionais dos continentes: da Europa, América do Norte, Caribe e América do sul. Na Argentina, por exemplo, era frequentador do hotel Alvear, onde admirava os quadros nas paredes dos corredores do hotel.

Conhecia um por um, dos países nórdicos; Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia.

Era um explorador da Ásia, onde gostava de comparar o contraste do modo de vida dos chineses com os indianos.

Simpatizou-se com Katmandu, a capital do Nepal, um país conhecido pelas alturas e mistérios. Lá, depois de conhece-la, resolveu subir a montanha e visitar os monastérios, para interagir com os monges budistas das religiões milenares. O impacto foi tão grande que voltando ao Brasil, constituiu uma pequena empresa com o nome: Nepal Participações.

Se sentia à vontade em Mônaco nas muitas vezes que esteve lá. Frequentava o Café Paris!

Esse fato de ter conhecido uma parte importante do mundo, trouxe à ele uma bagagem cultural, que surpreendia à todos.

Rogério Nobre Ribeiro da Luz, milionário de berço, descendente de família aristocrática, sempre fez o que teve vontade. Benemérito reconhecido, sempre colaborou com doações generosas à várias instituições: Associação Viva o Centro, Associação Paulista Viva, Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, onde dedicou boa parte do seu tempo e inclusive foi diretor, e uma creche na Mooca fundada por sua tia Vicentina Ribeiro da Luz; a creche CEI Brás Mooca.

Em determinada época, foi diretor da revista Opção, que convidava as pessoas descoladas a frequentarem hotéis e restaurantes da moda, daquele momento.

Esses lugares, davam à Rogério passe livre para frequentar; por ser diretor da revista, e ele desfrutou muito desses convites.

Era frequentador incansável de sebos e livrarias, no Brasil e no exterior; adorava vernissages e lançamentos de livros!

Na parte social, era bem visto, tanto na sociedade paulista quanto na carioca. Conheceu inúmeras pessoas, e era conhecido por muito mais gente. Me refiro às décadas de 70, 80 e 90. Época de ouro antes da violência que hoje é frequente.

Namorou muitas moças, como aquela herdeira conhecida da galeria de artes, mas tinha predileção em comentar o seu affair com Marta Jussara, ex miss Brasil na década de 80. Admirava e falava de algumas pessoas relevantes na história da política brasileira: o General estrategista Golbery do Couto e Silva e o economista Prof. Roberto Campos.

Empresário e empreendedor no mundo dos negócios, dono de empresas de engenharia, sempre optou pela vida discreta. Nunca manifestou sinais exteriores de riqueza, tendo sempre morado em apartamentos pequenos e muito bem localizados, até que se mudou para o seu maravilhoso apartamento em Higienópolis em frente à praça Buenos Aires.

Poucos sabem que na década de 80, colecionou carros clássicos antigos, que usava para aparecer nas reuniões sociais; cada hora com um diferente.

Se aborrecia quando contava fatos inusitados e o interlocutor não esboçava as reações que ele imaginava que teria. Havia conhecido pessoalmente, quando jovem, o poeta Guilherme de Almeida, e mostrava reverência quando o citava.

Autêntico por natureza, não se intimidava quando dizia o que pensava, seja qual fosse a situação, provocando com isso, muitas vezes reações adversas. Não foram poucos os que o consideravam seu algoz.

De mim, sempre o admirei, o respeitei e sempre fui um franco admirador de sua inteligência fulgurante, tendo aprendido muito com ele.

Presto aqui, minha última homenagem, por esse meio século de uma marcante e profícua convivência.

Muito Obrigado.

 

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